sábado, 19 de dezembro de 2020

O MEU DIÁRIO - DANIEL COSTA

9 de outubro 
Conteúdo partilhado com: Público
Público
boa tarde! É com prazer que informamos que a 3ª edição deste concurso promovido pelo Arquivo dos Diários chegou ao fim, sendo que já existe um diário vencedor:
“O MEU DIÁRIO”, DE DANIEL COSTA
Daniel Costa é um militar mobilizado em comissão de serviço no norte de Angola a fim de combater na Guerra Colonial. O conteúdo deste documento autobiográfico situa-se, num primeiro momento, antes da partida para a guerra, na cidade de Faro, Portugal - tendo depois lugar, dos primeiros meses de 1962 até abril de 1964, na ambiência geográfica africana.
O acervo de dados que nos traz Daniel Costa do seu Esquadrão 297 é impressionante: o quotidiano real, as obrigações da guerrilha, o Outro, a Breda e o Mauser, o alojamento, os acampamentos, as refeições, o convívio entre militares, os momentos de “lazer”, as madrinhas de guerra. Os desfiles. A sexualidade na ambivalência das recordações femininas e as derivações na mulher africana... e por fim a aurora da libertação.
Foi esta a obra que se destacou na pontuação em termos de grau de interesse histórico, de interesse literário, de caracterização das personagens e eventos descritos, de articulação e empatia gerada nos seus conteúdos. O diário original é um caderno de capa preta dura, manuscrito.
Relembramos que todos os diários submetidos a concurso passaram por uma selecção popular da qual resultaram três finalistas, que, após uma selecção técnica, deram lugar a um vencedor - tendo todos os textos participantes sido analisados à luz de uma mesma grelha de avaliação. (Para consultar o regulamento: www.arquivodosdiarios.pt)
O prémio para o representante da obra vencedora, neste caso o próprio autor, será a publicação da mesma durante o ano de 2021.
A todos vós que participaram, voltamos a agradecer a vossa generosa partilha de memórias com o Arquivo.
Para mais informações ou dúvidas, não hesite em contactar-nos através do nosso email geral@arquivodosdiarios ou da nossa página de Facebook.
Os nossos melhores cumprimentos,
p'lo Arquivo dos Diários
Clara Barbacini
Arquivo dos Diários
Sede:
Biblioteca Municipal S. Lázaro
R. do Saco 1, 1169-107 Lisboa
Contactos:
geral@arquivodosdiarios.pt
O autor Daniel Costa apresenta-se aqui de pistola metralhadora.

 

domingo, 22 de novembro de 2020

BRASIL DIA DO NORDESTINO

BRASIL - DIA DO NORDESTINO

É facto que muito de tudo tem o seu Dia Mundial, uma questão convencional, pesar disso, no Brasil é muito de ter os seus dias de… muito próprios daquelas terras do Cruzeiro do Sul.

Como desde 1969, que entrei a trabalhar numa, em Lisboa, numa empresa dum grupo brasileiro que, profissionalmente, tudo me encaminhou, um pouco para a esfera do Brasil. A empresa designava-se Bertrand & Irmãos (não tinha a ver com a Livraria Bertrand).

A empresa, já nem chegou a durar dois anos, porque mudou de grupo. E as condições excepcionais, que tinha nunca mais foram as mesmas. O caminho seria o despedimento, o que não esperei; despedi-me antes.

Depois, ainda no âmbito profissional, cerca de 30 anos, o jornalista filatélico Amárico Tozzini, semanalmente, até falecer, me escreveu.

 

Isto serve de preâmbulo, para escrever a seguinte crónica:

 

- Dia 8 de Outubro, no nordeste do Brasil, é comemorado o dia do Nordestino. A data foi criada tendo como patrono, um dos ícones da cultura nordestina no século XX, António Gonçalves da Silva, o Patativa de Assaré, popular poeta, cantor e compositor cearense.

Eis os escritores maia representativos dos Estados do Nordeste do Brasil:

Autores do Nordeste:

Baía – Jorge Amado

Sergipe – Tobias Barreto

Alagoas – Ledo Ivo

Pernambuco – João Cabral de Melo

Paraíba – Augusto dos Anjos Patrono da Academia Paraíbana de Letras que tive ocasião de visitar (D.C.)

Rio Grande do Norte – Nísia Floresta

Ceará – Rachel Queiroz

Piauí – Da Costa e Silva

Informação da escritora da Paraíba Severa Cabral.

Daniel Costa

 

 

 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

CRUZAMENTO COM O CRIME

 

 

CRUZAMENTO COM O CRIME

(embora entretanto, tem saído mais Antologias em tive participação, passo a deixar a presente)

No âmbito do do primeiro, ocorrido ontem, 15/10/2016, no TEATRO EDUARDO BRASÃO, no Bombarral, o Evento do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa, foi lançada a Antologia DE SALVADOR AO BOMBARRAL, que participei com a recolha literária CRUZAMENTO COM O CRIME:

 

CRUZAMENTO COM O CRIME

Se a estrada Peniche – Lisboa, visava o transporte do pescado, daquele grande porto piscatório, para a capital, Lisboa, era mister que o produto chegasse também a outras zonas do pais e nada como o caminho-de-ferro, o transporte por excelência do princípio de século passado.

No areal da praia de Peniche, se bem me lembro, onde hoje se situa a zona portuária, ainda nos anos cinquenta, era possível detectar linhas assentes, por onde havia de circular o comboio e teriam feito parte de uma estrutura planeada para o efeito.

O projecto foi abortado e vários abegões (tratadores e trabalhadores com bois) do concelho, com os seus bois jungidos aos respectivos carros, continuaram ainda a fazer o transporte para a estação ferroviária de S. Mamede, Bombarral.

Do porto de Peniche a S. Mamede distarão cerca de quarenta quilómetros, percorridos em linha recta por entre declives vários, atravessando, uma zona a que se dá o nome de Sezaredas, um comprido cerro onde abunda a pedra e muito mato.

Podemos imaginar o quão era difícil a vida desses abegões, que tinham de se levantar de madrugada para tratar de alimentar os ruminantes. Porém, o peixe era mister chegar fresco à estação para ser expedido para diversas zonas do país.

Conheci alguns desses esforçados homens do transporte do pescado de Peniche, a quem procurei indagar pormenores.

Na mesma época, o pastor de ovelhas, Francisco Caiado, a não regular bem da cabeça, cumpria serviço militar em Lisboa. A determinada altura veio à aldeia em gozo de férias. O transporte corrente, à época, era o comboio e a estação mais próxima da aldeia da Bufarda, Peniche, era a de S. Mamede distante dali, cerca de trinta quilómetros a corta mato.

Chegada a altura de se apresentar no quartel, meteu-se a caminho para a estação, invariavelmente, a de S. Mamede, Bombarral.

Naqueles tempos, os caminhos podiam ser perigosos, podia-se calcorrear os trinta quilómetros sem se avistar viva alma. No caso dos abegões, juntavam-se sempre vários que podiam partilhar ajudas, a dominar possíveis intempéries e outros perigos, numa assinalável entreajuda.

No caso, Francisco Caiado percorria o longo e perigoso caminho sozinho. Aconteceu que em determinada zona de matagal, saltaram-lhe dois meliantes ao caminho e apontando um caso macabro:

- Metido mais adentro do mato estava um homem morto dependurado, este mesmo fardado de militar, estremeceu e logo temeu pela sua vida.

Encolhido, sem pinga de sangue, ouviu a pergunta destes:

- Vocemecê conhece aquele homem que está ali dependurado?

- Não!...

- Apressou-se logo a dizer!

- Então siga o seu caminho e, não diga a ninguém o que viu.

De imediato, acelerando o passo, Francisco Caiado desandou!

Daniel Costa

 


 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

DAVID LIVINGSTONE

 Ficheiro:David Livingstone -1.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre

DAVID LIVINGSTONE: "Eu irei não importa aonde, contanto que seja para a frente."

Postado por Daniel Costa

sábado, 17 de outubro de 2020

PARTIR CASCALHO

SOMOS 10K de amores hahaha, vamos comemorar com essa lacradora @gabirmedina 💛🌸 .  Quer um ensaio? Entre em contato por direct ou wp

PARTIR CASCALHO

Pensando nos anos do firmamento, da existência do mundo, quantos números teríamos de escrever a abarcar, para por certo, aumentar as minhas dúvidas sobre o infinito.

Estas palavras foram ouvidas por pessoas que considero amigos, mas para eles são mais fruto dos contactos sociais, o que só por si, deixa o alerta de grandes obrigações de respeito e ponderar à reflexão de uns e de outros.

É óptimo haver sempre um mais atrevido e de humor negro, o que dá origem a conversa que muito pode esclarecer ou aumentar a confusão nas nossas mentes.

Os filósofos estudiosos informam-nos cinco ou seis milénios temos uma história documentada e coerente sobre o bem e o mal, como sequência o olhar óptico da humanidade, quanto à construção do respeito e da paz, que só se consegue com cultura e educação.

Estava passeando na minha Rua, aliás Avenida, quando levei com um pedregulho enorme mas, pelo menos poderei ser um seixo, pedra miúda mas não a indiferença de uns pelos outros e completamente aluída, vemos:

- Oh!... Duarte aquilo é que foi partir cascalho,,,

- Sim… Amigo!... Com plena liberdade nas palavras e pensamentos entre nós estão sempre em causa que sejam de mármore de muitas e variadas cores e forte preocupação susceptível de polimento.

- Boa piada!... Amigo. Essa resposta é de sábio, mas, mas não foi com intenções de magoar.

- Está bem mas, de boas intenções está o mundo cheio.

- Foi convidado para um café e então partir o cascalho do pedregulho e o cascalho do mármore susceptível de polimento e de várias cores, adiantando para a cultura com pérolas branco – nacarado .

Os nossos olhas deixaram-se de cruzar, nascendo nuvens negras na nossa conta.

Assim vai o país dos pedregulhos humanos!...

 

Lídio Duarte

 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

TELEVISÃO - A MINHA PRIMEIRA VEZ

 

TELEVISÃO – A MINHA PRIMEIRA VEZ

As transmissões oficiais de televisão, em Portugal, iniciaram-se em Março de l957.

À partida, grande parte das aldeias não dispunha de quaisquer aparelhos de transmissão. Algumas nem de electricidade, indispensável, para ligar o aparelho de transmissão, dispunham ainda.

Era o caso onde então, na aldeia de Miragaia, freguesia da Lourinhã, Distrito de Lisboa, onde então com 17 anos trabalhava.

Hoje não sou capaz de precisar se vi a primeira emissão oficial, ou outra já posterior.

Mas num Domingo à noite, em Miragaia, um grupinho de rapazes, combinámos ir a pé ver o que ainda era tido como fenómeno, à Casa do Povo, da aldeia vizinha, o Nadrupe.

Foi esta a primeira vez que vi televisão!

A propósito, o linguista Marco Neves, cujo avô era Atouguiense, isto e: natural de Atouguia da Baleia, a sede da freguesia do meu nascimento, no lugar de Bufarda.

Numa sua crónica no Sapo, depois passada no seu Blogge a que tenho acesso, dá conta de o seu avô lhe ter contado, logo no fim dos anos cinquenta, do século passado ter adquirido um aparelho de televisão, a ter colocado numa sala e cobrar um escudo, por cada entrada para ver a emissão.

Já então, ao Domingo, eu me deslocava ao vizinho lugar de Geraldes, onde num sótão, num primeiro andar, junto à primitiva igreja, a ver o programa de futebol.

Consistia este, nos resultados e considerações, dos jogos da primeira divisão, do dia, por Alves dos Santos.

Este ficou famoso pela visibilidade dada ai!

Cada bilhete para ver televisão ai, era de dois escudos.

Recordo que, imediatamente, antes passava o programa com João Vilarett, mas que era muito difícil de ouvir, dado que a turba, apenas só esperava o futebol e não parava de fazer barulho…

Eu ficava tão arreliado, que sempre saía dali, a prometer a mim mesmo que, um dia haveria de ter televisão só para os da casa: uma futurologia, à época, bem arriscada.

Daniel Costa