domingo, 22 de novembro de 2020

BRASIL DIA DO NORDESTINO

BRASIL - DIA DO NORDESTINO

É facto que muito de tudo tem o seu Dia Mundial, uma questão convencional, pesar disso, no Brasil é muito de ter os seus dias de… muito próprios daquelas terras do Cruzeiro do Sul.

Como desde 1969, que entrei a trabalhar numa, em Lisboa, numa empresa dum grupo brasileiro que, profissionalmente, tudo me encaminhou, um pouco para a esfera do Brasil. A empresa designava-se Bertrand & Irmãos (não tinha a ver com a Livraria Bertrand).

A empresa, já nem chegou a durar dois anos, porque mudou de grupo. E as condições excepcionais, que tinha nunca mais foram as mesmas. O caminho seria o despedimento, o que não esperei; despedi-me antes.

Depois, ainda no âmbito profissional, cerca de 30 anos, o jornalista filatélico Amárico Tozzini, semanalmente, até falecer, me escreveu.

 

Isto serve de preâmbulo, para escrever a seguinte crónica:

 

- Dia 8 de Outubro, no nordeste do Brasil, é comemorado o dia do Nordestino. A data foi criada tendo como patrono, um dos ícones da cultura nordestina no século XX, António Gonçalves da Silva, o Patativa de Assaré, popular poeta, cantor e compositor cearense.

Eis os escritores maia representativos dos Estados do Nordeste do Brasil:

Autores do Nordeste:

Baía – Jorge Amado

Sergipe – Tobias Barreto

Alagoas – Ledo Ivo

Pernambuco – João Cabral de Melo

Paraíba – Augusto dos Anjos Patrono da Academia Paraíbana de Letras que tive ocasião de visitar (D.C.)

Rio Grande do Norte – Nísia Floresta

Ceará – Rachel Queiroz

Piauí – Da Costa e Silva

Informação da escritora da Paraíba Severa Cabral.

Daniel Costa

 

 

 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

CRUZAMENTO COM O CRIME

 

 

CRUZAMENTO COM O CRIME

(embora entretanto, tem saído mais Antologias em tive participação, passo a deixar a presente)

No âmbito do do primeiro, ocorrido ontem, 15/10/2016, no TEATRO EDUARDO BRASÃO, no Bombarral, o Evento do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa, foi lançada a Antologia DE SALVADOR AO BOMBARRAL, que participei com a recolha literária CRUZAMENTO COM O CRIME:

 

CRUZAMENTO COM O CRIME

Se a estrada Peniche – Lisboa, visava o transporte do pescado, daquele grande porto piscatório, para a capital, Lisboa, era mister que o produto chegasse também a outras zonas do pais e nada como o caminho-de-ferro, o transporte por excelência do princípio de século passado.

No areal da praia de Peniche, se bem me lembro, onde hoje se situa a zona portuária, ainda nos anos cinquenta, era possível detectar linhas assentes, por onde havia de circular o comboio e teriam feito parte de uma estrutura planeada para o efeito.

O projecto foi abortado e vários abegões (tratadores e trabalhadores com bois) do concelho, com os seus bois jungidos aos respectivos carros, continuaram ainda a fazer o transporte para a estação ferroviária de S. Mamede, Bombarral.

Do porto de Peniche a S. Mamede distarão cerca de quarenta quilómetros, percorridos em linha recta por entre declives vários, atravessando, uma zona a que se dá o nome de Sezaredas, um comprido cerro onde abunda a pedra e muito mato.

Podemos imaginar o quão era difícil a vida desses abegões, que tinham de se levantar de madrugada para tratar de alimentar os ruminantes. Porém, o peixe era mister chegar fresco à estação para ser expedido para diversas zonas do país.

Conheci alguns desses esforçados homens do transporte do pescado de Peniche, a quem procurei indagar pormenores.

Na mesma época, o pastor de ovelhas, Francisco Caiado, a não regular bem da cabeça, cumpria serviço militar em Lisboa. A determinada altura veio à aldeia em gozo de férias. O transporte corrente, à época, era o comboio e a estação mais próxima da aldeia da Bufarda, Peniche, era a de S. Mamede distante dali, cerca de trinta quilómetros a corta mato.

Chegada a altura de se apresentar no quartel, meteu-se a caminho para a estação, invariavelmente, a de S. Mamede, Bombarral.

Naqueles tempos, os caminhos podiam ser perigosos, podia-se calcorrear os trinta quilómetros sem se avistar viva alma. No caso dos abegões, juntavam-se sempre vários que podiam partilhar ajudas, a dominar possíveis intempéries e outros perigos, numa assinalável entreajuda.

No caso, Francisco Caiado percorria o longo e perigoso caminho sozinho. Aconteceu que em determinada zona de matagal, saltaram-lhe dois meliantes ao caminho e apontando um caso macabro:

- Metido mais adentro do mato estava um homem morto dependurado, este mesmo fardado de militar, estremeceu e logo temeu pela sua vida.

Encolhido, sem pinga de sangue, ouviu a pergunta destes:

- Vocemecê conhece aquele homem que está ali dependurado?

- Não!...

- Apressou-se logo a dizer!

- Então siga o seu caminho e, não diga a ninguém o que viu.

De imediato, acelerando o passo, Francisco Caiado desandou!

Daniel Costa