domingo, 25 de abril de 2021

REVOLUÇÃO DE ABRIL DE 1974

O DIA 25 DE ABRIL DE 1974 (25 DE ABRIL) - casabenficastamartaericeira

 

REVOLUÇÃO DE ABRIL DE 1974

Temos de entender que como a todas as revoluções, mesmo as tendentes a restaurar a justiça social, como as conhecemos, como foi a Revolução de Abril, sempre deixam alguns injustiçados. Lógica da dinâmica que, as mesmas fazem disparar em toda a sociedade.Vou contar um caso, também ainda na manhã do Dia 25 de Abril de 1974:- O Rádio Clube Português além, de outras noticias, dava que houve um encontro com tropas  contrárias à Revolução, junto do Cais do Sodré.Mais tarde vim a saber que esse encontro se dera apenas com um Tenente-Coronel Ferrand de Almeida e três praças do quartel de Lanceiros 2, da Ajuda.O Tenente-Coronel Ferrand de Almeida, na altura Segundo Comandante, como não chegassem informações da Cadeia de Comando, fez reunir duas praças-ordenanças e um motorista, com o seu Jeep e saiu a ver o que afinal se passava.Este depois veio a fazer-me o depoimento, na Sociedade de Geografia em 1979 de que, já então pertencia à sua Direcção.Eu já conhecia Ferrand de Almeida de Angola, onde fora meu Comandante de Companhia. No fundo éramos conhecidos, onde em substituição, fiz de Vagomestre nos últimos sete meses, tendo recebido um louvor, exarado na caderneta militar, atribuído pelo então Capitão Ferrand de Almeida.

Então o cumprimentei

- Este perguntou:- Em qualidade afinal estás aqui?

- Eu: - Como jornalista – Para reportar o acontecimento:

- Ainda bem que te encontro, vais saber também a história do meu encontro com o Capitão Salgueiro Maia, no Cais de Sodré, no 25 de Abril de 1974.(Devo dizer que, da propaganda, radiofundida, fez parte o encontro com Companhia de tropa adversa. Era afinal este encontro com de um Jeep, com um oficial superior, e dois praças seus ordenanças).

Contou o que se passou e como aconteceu: então o capitão Salgueiro Maia o tratou, com os cumprimentos da praxe, como verdadeiro militar de Cavalaria, dizendo ao mesmo tempo: 

- O Tenente-Coronel, fica detido.

- Como, se eu estou responsável por estas três Praças:

- Respondeu este.

- Não tem problema, as praças ficam às minhas ordens.

Tudo ficou assim

O natural seria, em pouco, Ferrand de Almeida subir ao posto de Coronel, como esperava.

Entretanto, aconteceu só isto:

- Devido ao facto, Ferrand de Almeida, faleceu sem subir a Coronel, apesar de ter movido influências para o conseguir.

 Daniel Costa

 

 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

A V C

 

A V C

29 de Outubro convencionou-se ser o Dia Mundial do A V C. Na verdade, o Ataque Vascular Cerebral, só em Portugal estima-se em 18 por dia, dessa patologia, não raro mortal.Em 26 de Junho de 2000, fui vítima de um estrondo. Ter sobrevivido, a altura foi considerado milagre, tanto mais que fui operado ao cerebelo, cuja médica operadora no seu relatório escreveu mais os menos isto: “o paciente se sobreviver, ficará a vegetar o resto da sua vida.Uma amiga dos meios médicos, passados dois anos bateu uma fotografia comigo – no verso escreveu assim; quem há dois anos diria que esta fotografia viria a ser ainda possível?...Devo dizer que tinha passado pelo hospital, fora da hora das visitas, apresentou-se ao médico de serviço, indagando sobre mim, este foi peremptório: ah, esse paciente está já condenado!Aconteceu, depois de 30 dias em coma mais 15 dias em semi – coma, veio a alta hospitalar, acompanhou uma lista de lares de acamados, onde ia esperar por um fim.Mas a família resolveu trazer-me de volta a casa, onde ainda estive cerca de dois meses em semi – coma. Ainda tinha a idade de 59 anos.A aos 80 anos ainda estou cá neste paraíso da Terra, para vos dizer: pode haver milagres sim mas da FORÇA DE VONTADE, como aconteceu.

 Daniel Costa

 

sexta-feira, 12 de março de 2021

FALECEU O GENERAL ALVES RIBEIRO

 


FALECEU
O GENERAL ALVES RIBEIRO

No dia 17 de Dezembro de 2008, ao fazer o meu telefonema de desejos de Bom Natal, para o General João Ramiro Alves Ribeiro, estranhei ser atendido por uma senhora, se bem que, o sabia de saúde débil.
Depois de hesitação, soube que não havia engano. Após identificar-me, tomei conhecimento do infausto acontecimento.
Como é o mundo?
Há cerca de três anos, comecei a escrever uma série de artigos, no “Jornal da Amadora”, a que dei título genérico de “ESQUADRÃO 297 EM ANGOLA.” Como foi Comandante, ainda Capitão, dessa unidade que integrava, enviei-lhe artigo.
Passados uns dias telefonou-me admiradíssimo, porque soubera do grave problema patológico, que sofrera. Quem lhe transmitiu a notícia, deu-me como a finar-me, disso dera conta a vários amigos e agora?
Disse: bem, afinal és tu mesmo!... Vou telefonar a quem disse, já não pertenceres a este mundo a desfazer a notícia.
De Facto, não sendo, nem pouco mais ou menos, militarista, aprecio o profissionalismo. Nesse aspecto Alves Ribeiro era um Comandante militar completo, a organizar e a comandar.
Na minha deambulação, na Internet encontrei, apenas duas webs, que se lhe referem, que não tenham passado pelo meu blogue mitalaia.
Como Coronel, está referenciado como antigo Comandante.
Como General, foi agraciado com a ordem de Avis.
Residia em Santarém.
Presto-lhe a minha homenagem, trazendo aqui uma referência que lhe fiz, em “O MITICO MORRO DA PEDRA VERDE”, publicado no “JORNAL DA AMADORA”.
Como é dito, o caso passou-se a 5 de Abril de 1963. No primeiro almoço de confraternização, ocorrido em Torres Novas, creio que em 1976, o então Major Alves Ribeiro, disse que em sua casa esse dia, era como de fosse de luto.


Aconteceu uma verdadeira tragédia de guerra, que se irá contar sem truques de ficção, como é recorrente desta narrativa.
Começa pelo Comandante do Esquadrão, Alves Ribeiro, a subir à camioneta civil, principal acidentada, porque terá entrado na zona mais nevrálgica, atingida por uma granada incendiária. Transportava apenas sacos de campanha, Mausers e outros pertences de soldados. Tudo ardia e o então Capitão, homem alto, no meio daquela amálgama de fumo, tomou a dianteira a trepar, atirando ao solo todo o material em combustão.
Onofre sempre atento a todos os pormenores, que alcançasse pôde testemunhar esse verdadeiro acto de bravura, deixando assim de ficar ignorado, como muitos outros o foram nas últimas campanhas militares, que a juventude portuguesa protagonizou durante cerca de treze anos em África.
Foi uma grande odisseia este cinco de Abril, porque se passava o dia mais marcante em más recordações, para todos os intervenientes do Grande Esquadrão.


Daniel Costa

General Alves Ribeiro