OURIVES SEM
EFABULAÇÃO
Como se
disse, o designado Foz I, além de Miguel Foz, teve uma filha e um filho. Do
filho, não consegui investigar o nome, da filha sim. Trato-a, contudo, pela
alcunha porque era conhecida: “bicha”, devido à sua horrível carantonha. Pode
aplicar-se aqui o ditado popular: “Deus que a pintou, algum defeito lhe achou”.
Fui ela e naturalmente o marido que, numa espécie de barracão, criaram uma taberna, no Casal Foz, e quando era necessário, constituíam ali casa de pasto, também arranjavam dormida a quem precisasse.
Cabe dizer que era ali que desembocava também a estrada que vem da vila do Bombarral, passando por várias aldeias do concelho, a mais importante, Reguengo Grande, por ser muito vinhateira.
Passa ainda pelo histórico Vale do Roto, onde acamparam as tropas de Napoleão, que viriam a ser vencidas no recontro da vizinha Roliça.
Um cruzamento com todas as condições, para no tempo e no espaço, ser rentável ali uma taberna, como a que a “bicha” ficou a gerir.
O casal teve três filhos, dois homens e uma linda mulher. Os homens passaram ambos a ser conhecidos pelos respectivos nomes, mais a alcunha de “quarenta”.
Porém, o que agora interessa é focar o que de mais importante se terá passado, nessa primeira taberna do Casal Foz.
Cochichou-se, em segredo, à boca pequena:
- A determinada altura passou por ali um ourives, já no tempo que andavam a vender ouro, de aldeia em aldeia, montados nas suas bicicletas. Nas mesmas transportavam uma caixa de folha verde, com o ouro.
Certa noite, um fez ali estadia. Tudo corria bem, naquele bucolismo, a cerca de três quilómetros do mar. Então o homem adormeceu na paz dos anjos.
Foi então que o casal cometeu o suicídio na sua pessoa, com o fim de ficarem com o ouro.
De imediato, no seu burrito, terão transportado o corpo até ao mar.
Uma vez chegados, amarraram o dito a uma pedra e lançaram-no nas suas águas, dando-lhe assim sumiço.
Como o burrito não falou e ali ninguém teve capacidade de efabulação, foi como se não houvesse crime.
Ficou no esquecimento.
Fui ela e naturalmente o marido que, numa espécie de barracão, criaram uma taberna, no Casal Foz, e quando era necessário, constituíam ali casa de pasto, também arranjavam dormida a quem precisasse.
Cabe dizer que era ali que desembocava também a estrada que vem da vila do Bombarral, passando por várias aldeias do concelho, a mais importante, Reguengo Grande, por ser muito vinhateira.
Passa ainda pelo histórico Vale do Roto, onde acamparam as tropas de Napoleão, que viriam a ser vencidas no recontro da vizinha Roliça.
Um cruzamento com todas as condições, para no tempo e no espaço, ser rentável ali uma taberna, como a que a “bicha” ficou a gerir.
O casal teve três filhos, dois homens e uma linda mulher. Os homens passaram ambos a ser conhecidos pelos respectivos nomes, mais a alcunha de “quarenta”.
Porém, o que agora interessa é focar o que de mais importante se terá passado, nessa primeira taberna do Casal Foz.
Cochichou-se, em segredo, à boca pequena:
- A determinada altura passou por ali um ourives, já no tempo que andavam a vender ouro, de aldeia em aldeia, montados nas suas bicicletas. Nas mesmas transportavam uma caixa de folha verde, com o ouro.
Certa noite, um fez ali estadia. Tudo corria bem, naquele bucolismo, a cerca de três quilómetros do mar. Então o homem adormeceu na paz dos anjos.
Foi então que o casal cometeu o suicídio na sua pessoa, com o fim de ficarem com o ouro.
De imediato, no seu burrito, terão transportado o corpo até ao mar.
Uma vez chegados, amarraram o dito a uma pedra e lançaram-no nas suas águas, dando-lhe assim sumiço.
Como o burrito não falou e ali ninguém teve capacidade de efabulação, foi como se não houvesse crime.
Ficou no esquecimento.
Daniel Costa
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