domingo, 24 de novembro de 2019

DANIEL COSTA ETREVISTA O JORNALEIRO E JORNALISTA DANIEL COSTA


 A imagem pode conter: Daniel Cordeiro Costa


Daniel Costa entrevista o jornaleiro e escritor Daniel Costa


Começo por perguntar, como é possível um homem ser Jornaleiro de jorna na agricultura e depois na capital, estudar já bem adulto, e vir a ser jornalista e depois escritor?

É mesmo de questionar mas, nem eu sei bem que dizer. Quando revejo a vida, já fico com dúvidas, se fiz da vida, se a vida fez de mim, é que de facto o que facilitou tudo, apesar de jamais pedir algo a alguém, nomeadamente emprego (nunca foi da minha índole) foi eu ter sempre “esbarrado” com trabalho muito virado para a literatura, como no movimento duma fábrica de gravuras para tipografia, com os consequentes inúmeros contactos, sendo que à época todos os jornais eram tipografados.
A seguir em serviços editoriais numa gráfica, com os consequentes contactos com vários escritores e jornalistas de nomeada.
Numa editora, enfim!...
- Adorava o meio, o passo seguinte só podia ser editor o que aconteceu. Editor sempre com trabalhos jornalísticos muito variados, desde editoriais, entrevistas, etc.

Se voltasses atrás, sabendo o que sabes, procurarias o mesmo meio?

Sem dúvida nenhuma, aliás atingi um ponto que já era procurado para trabalhar no meio e todos aceitei fazer em regime livre, isto no meio filatélico, quando este era um mundo, nunca dizia não, terei sido quem mais escreveu sobre filatelia em Portugal.

Como assim?

Creio que a minha capacidade de trabalho era avassaladora, provei-o sempre.

Também como trabalhador rural?

Em qualquer trabalho, já que este sempre, em qualquer ramificação me trouxe alegria, a ponto de, até na guerra fui tido como herói, com chamadas ao comandante, para aviso de ter cuidado. No entanto quando algo acontecia, não estava lá eu.
Doze anos, fui freelancer a escrever para Crónica Filatélica de Madrid, mesmo depois de estrondoso AVC, com seis anos a dormir dezoito horas dia.

Ora, como foi a adaptação ao ambiente da capital, sabendo que antes apenas tinhas atravessado a cidade?

Para mim vejo tudo como fácil e vir para Lisboa não fugiu à regra. Tinha 24 anos e tinha feito a comissão militar na Guerra de África, estávamos em 1964, a ideia era ser trabalhador – estudante, havia então bastantes empregos disponíveis. Havia muitos empregos indiferenciados, coloquei um anúncio, depois com as respostas, dei-me ao luxo de seleccionar, não o de melhor ordenado, mas o que oferecia melhor horário, para frequentar o liceu particular. Num ano lectivo, tirei um curso de dactilografia, e outro de estenografia, e frequentei um curso de Inglês. Ainda assim fiz exame dos dois primeiros anos do liceu com dispensa da prova oral.

Deduzo que queiras deixar dito alguma coisa aos colegas das Universidades Seniores: pois, cada individuo ao frequentar estas Universidades Seniores, pelo convívio, por tudo afinal está a elevar a sociedade, contribuindo com o exemplo para a qualidade de vida em geral, para a sua em particular.
Continuemos na onda do nosso enriquecimento físico, moral e espiritual.
Devemos isso a nós mesmos, que o nosso exemplo frutifique!...


Daniel Costa



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