BUFARDA, ATOUGUIA DA
BALEIA , PENICHE
Estávamos em 1956, na
Terça-Feira a seguir a dia da festa de Nossa Senhora do Rosário orago
padroeira, entidade a que, mais uma vez, o povo dedicara um grandiosa festa, na
sequência das tradicionais festividades anuais.
Para quem já não recorde, era
de praxe a festa da Senhora do Rosário, ser sempre das mais luzidas do
concelho, aparte a da Senhora da Boa Viagem em Peniche.
Pontanto era lógico que, tendo
aparecido o fenómeno musical, incarnado numa orquestra, tendo como base uma
família de músicos, da Vieira de Leiria, a mesma fosse contratada para o
segundo dia da festa. O custo proibitivo para a época, na Bufarda aliciava mais
ainda.
Nesse ano, toda a Rua (hoje
da Senhora do Rosário) se encheu de gente, pelo menos, a gente nova do concelho,
encheu o recinto, até longe. O quintal, hoje do Gil, do meu pai encheu-se de
bicicletas dado que era aberto.
A orquestra composta por sete
músicos era transportada um por um grande automóvel, de cor café com leite, era
conduzido músico pai.
A vocalista, uma voz
maravilhosa de encantar, não pertencia à família. Também maravilhosa era a voz
da violinista. No entanto apenas cantava uma canção de título:
– MARIANA = “MARIANA LÁ DA
SERRA / NÃO DEIXES A TUA TERRA / PARA SERES AMERICANA… DEIXA O MARUJO IR À VELA
… TEM CAUTELA / Ó MARIANA … “
Se bem me lembro, o grupo
musical ainda veio `a Bufarda em 1957, porém eu nesse ano estava em Miragaia e não
estive na Segunda-Feira da festa.
A orquestra foi efémera e
segundo creio firmemente, no concelho de Peniche, devido ao preço da sua contratação,
só esteve na Atouguia da Baleia, na Serra de El Rei, além da Bufada.
Atentai bem - Curioso como
ainda sou: na Terça-Feira da festa, escutei o Falecido mordomo João Faria, a
contar a aventura do custo da contratação:
- Vinte e sete notas (sic); depois
o músico ofereceu uma nota de “esmola” para a festa da Senhora do Rosário.
Para os mais novos se
situarem, de 100$00 dizia-se uma nota.
Ainda para nos situarmos,
comprava-se uma junta de bois por, entre 18 e 19 notas.
Daniel Costa
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