quinta-feira, 23 de maio de 2019

ENTREVISTANDO - O DIREITO E A MÚSICA

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ENTREVISTANDO
O DIREITO E A MÚSICA


Objectivando sempre a cultura Sénior, já que é na chamada terceira idade que devemos aprender a ser novos e nada melhor que frequentar uma Universidade Sénior das muitas que existem no país.
O slogan deverá ser sempre envelhecer com qualidade de vida
Resolvemos por isso, abordar com três questões, o jurista – advogado dr. Manuel Vaz, a conduzir duas aulas na Unisben, nas quintas-feiras. São elas: momento musical 10.00 – 10.50 e direito constitucional 11.00 – 11.50. 


caro Daniel: 1) Já não sei há quantos anos dou aulas em Universidades Séniores. E cheguei a dar aulas em três, e no mesmo dia. Claro que há um benefício pessoal, seja pelo contacto com os alunos e pela troca de impressões e experiências, seja porque tenho um modo gratuito de testar a minha própria ignorância. O envelhecimento activo passa por ter uma atitude mental activa.

1 - Pois bem dr. Manuel Vaz, já que conduz estas aulas, gratuitamente, há anos. Também se sente beneficiado, no aspecto da qualidade de vida, visto que cada aula, poderá ser um exercício mental? 

caro Daniel: 1) Já não sei há quantos anos dou aulas em Universidades Séniores. E cheguei a dar aulas em três, e no mesmo dia. Claro que há um benefício pessoal, seja pelo contacto com os alunos e pela troca de impressões e experiências, seja porque tenho um modo gratuito de testar a minha própria ignorância. O envelhecimento activo passa por ter uma atitude mental activa.

2 - Há muito a ideia que, quem conduz a aula Sénior e também colega, por outro lado sabe-se que considera amigos todos os frequentadores das suas aulas, concorda com o todos sermos colegas?

2)Não concordo muito com o termo colega. Soa-me estranho, vago e despido de sentido afectivo. Prefiro o termo amigo. E, na verdade, considero os meus alunos como amigos. Amigos de verdade. Pelo menos da minha parte tal sentimento não é um mero devaneio, mas uma atitude. Desse modo é que eu me sinto bem: entre amigos. Tudo fica mais fácil.

3 – Ora na qualidade de jurista, deve sentir-se muito à vontade a abordar o tema, entre outras afins, questões do direito constitucional, mas na questão de música – clássica, é de ser cultor – melómano?

3)Falar de Direito não é fácil, embora falar de Direito Constitucional seja mais fácil para mim. Primeiro porque gosto muito do tema, depois porque tive um excelente professor. Acresce que é essencial para qualquer cidadão saber qual o sistema constitucional do seu país, conhecer os seus direitos e deveres, saber quem são os seus representantes, qual o sistema de justiça e quais as garantias para os seus direitos. O Direito Constitucional permite ter essa visão alargada sobre um modelo de sociedade, neste caso a nossa, e perceber os seus contornos, fissuras e especificidades. Quanto à música clássica é uma paixão muito forte e muito antiga, pese embora eu nunca tenha estudado música. Mas não é preciso estudar música para gostar de música. No fim de contas, a música acompanha a história da humanidade e esteve sempre presente, que enquanto forma lúdica, quer enquanto criação artística. Em termos de linguagem-porque a música é uma linguagem-, nenhuma tem a plasticidade da música. A música clássica, entre todas as formas e géneros musicais, é aquela que me faz estremecer, vibrar, encantar, e crescer. Gosto mais, apesar de não ter formação específica na área, de falar de música clássica do que de Direito. Porque a música clássica contém todos as virtualidades que existem no coração de um ser humano.
Aquele abraço.


Daniel Costa (repórter de Pioneiros XXI)

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