terça-feira, 11 de agosto de 2015

PREFÁCIO



PREFÁCIO


Vou começar este prefácio comentando o enorme desafio que é para qualquer leitor de SENHORA DO MAR , singrá-lo sem o risco das tempestades,
provocadas, primeiramente pela surpresa da capa, que arrebata como ondas enfurecidas , para o universo pouco comum de metáforas.

Este é um livro de amor e esperança. De tendência a associar a palavra romântico ao que é meloso, fácil, sentimental, leva-me a justificar o uso que faço do termo. Digamos que SENHORA DO MAR é um livro de poemas de amor calculadamente romântico. Primeiro, por ser fundado na melhor tradição. Os  poemas levam o balançar das águas por ganhar temas amorosos e sentimentais com imagens marítimas.

Para quem começa a ler este livro, uma impressão primeira já se desenha às páginas iniciais: uma declaração de amor ao ser amado real ou imaginário , um ser amado que se corporifica nas palavras, na escolha do curso dos seus versos fazendo poemas recheados de histórias.

SENHORA DO MAR é o encontro com um poeta apaixonado e encantado com as palavras . Sua necessidade de amar o mundo se dá, se doa pela intertextualidade, pela metalinguagem, as metáforas, as reiterações que predominam em seu estilo , em cada poema construído .

Vejo que entre o baptismo do livro e a unidade de cada poema com uma linguagem náutica, o poeta foi feliz em compor.

Para quem terminar de ler este livro, a constatação do que antes era apenas anúncio: poemas pautado no malabarismo das palavras que muitas vezes achamos inteligíveis. Explicam-nos o indizível dos momentos que o poeta procura sensação no que está a sentir no momento da escrita. E é connosco que num ritual sagrado com a poesia ele divide o pão, o vinho, às águas e a SENHORA DO MAR da própria trajectória.


Severa Cabral (escritora brasileira)