FALECEU
O GENERAL ALVES RIBEIRO
No dia 17 de
Dezembro de 2008, ao fazer o meu telefonema de desejos de Bom Natal, para o
General João Ramiro Alves Ribeiro, estranhei ser atendido por uma senhora, se
bem que, o sabia de saúde débil.
Depois de hesitação, soube que não havia engano. Após identificar-me, tomei
conhecimento do infausto acontecimento.
Como é o mundo?
Há cerca de três anos, comecei a escrever uma série de artigos, no “Jornal da
Amadora”, a que dei título genérico de “ESQUADRÃO 297 EM ANGOLA.” Como foi
Comandante, ainda Capitão, dessa unidade que integrava, enviei-lhe artigo.
Passados uns dias telefonou-me admiradíssimo, porque soubera do grave problema
patológico, que sofrera. Quem lhe transmitiu a notícia, deu-me como a finar-me,
disso dera conta a vários amigos e agora?
Disse: bem, afinal és tu mesmo!... Vou telefonar a quem disse, já não
pertenceres a este mundo a desfazer a notícia.
De Facto, não sendo, nem pouco mais ou menos, militarista, aprecio o
profissionalismo. Nesse aspecto Alves Ribeiro era um Comandante militar
completo, a organizar e a comandar.
Na minha deambulação, na Internet encontrei, apenas duas webs, que se lhe
referem, que não tenham passado pelo meu blogue mitalaia.
Como Coronel, está referenciado como antigo Comandante.
Como General, foi agraciado com a ordem de Avis.
Residia em Santarém.
Presto-lhe a minha homenagem, trazendo aqui uma referência que lhe fiz, em “O
MITICO MORRO DA PEDRA VERDE”, publicado no “JORNAL DA AMADORA”.
Como é dito, o caso passou-se a 5 de Abril de 1963. No primeiro almoço de
confraternização, ocorrido em Torres Novas, creio que em 1976, o então Major
Alves Ribeiro, disse que em sua casa esse dia, era como de fosse de luto.
Aconteceu
uma verdadeira tragédia de guerra, que se irá contar sem truques de ficção,
como é recorrente desta narrativa.
Começa pelo Comandante do Esquadrão, Alves Ribeiro, a subir à camioneta civil,
principal acidentada, porque terá entrado na zona mais nevrálgica, atingida por
uma granada incendiária. Transportava apenas sacos de campanha, Mausers e
outros pertences de soldados. Tudo ardia e o então Capitão, homem alto, no meio
daquela amálgama de fumo, tomou a dianteira a trepar, atirando ao solo todo o
material em combustão.
Onofre sempre atento a todos os pormenores, que alcançasse pôde testemunhar
esse verdadeiro acto de bravura, deixando assim de ficar ignorado, como muitos
outros o foram nas últimas campanhas militares, que a juventude portuguesa
protagonizou durante cerca de treze anos em África.
Foi uma grande odisseia este cinco de Abril, porque se passava o dia mais
marcante em más recordações, para todos os intervenientes do Grande Esquadrão.
Daniel Costa
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